Deep Thinking, Papel e Caneta

Neste artigo, falo sobre como o hábito de usar caderno e caneta tem me ajudado a pensar profundamente sobre temas importantes, e a fazer e executar planos de forma mais eficaz. Também apresento as estratégias que uso para tirar o máximo proveito do caderno, um dispositivo que hoje em dia é tão fácil esquecer num canto, mas que se usado corretamente, pode ser um poderoso instrumento de mudança.

TL;DR

Se você for muito impaciente, ou estar sem tempo pra ler o texto todo, pode pular direto para a seção Lista de materiais. Mas acredito que a primeira parte tem seu valor, e convido a explorar o artigo em sua totalidade, e quem sabe até mesmo contribuir com um comentário ou feedback.

Todos nós temos duas vidas

Quantas vidas simplesmente “acontecem”? Quantos sonhos são eternalizados como sonhos, sem ser nunca realizados?

Há alguns dias, assisti o novo filme do diretor Charlie Kaufman, “Estou Pensando em Acabar com Tudo”, e um diálogo específico me fez voltar a refletir sobre esse tema recorrente. No filme, a personagem Lucy, que supostamente estuda física quântica, argumenta que as pessoas tendem a pensar que somos seres ativos, que viajam através do tempo, sempre em direção ao futuro, mas que estão erradas; que na realidade somos imóveis, e é o tempo que passa por nós, inexorável. E eu creio que tem um bom tanto de verdade nisso. Somos muito bons em deixar a vida acontecer.

Cena do filme Estou Pensando em Acabar com Tudo

Estou Pensando em Acabar com Tudo

Então, o que é necessário para uma pessoa assumir o controle do destino? Quais são as ferramentas que precisamos dominar para ao menos tentar realizar nossos sonhos?

Talvez o primeiro passo seja desejar assumir o controle. Talvez tenhamos que reconhecer que a vida é uma só. E todo mundo sabe disso, pelo menos de forma rasa, mas o filósofo chinês Confúcio descreve essa situação de forma bastante elegante:

Todos temos duas vidas. A segunda começa quando percebemos que só temos uma.

Para algumas pessoas, um evento disruptivo em suas vidas pode ser o estopim da mudança. Em outros casos, a mudança é gradual.

Pode-ser viver muito tempo no limiar, flertando com as mudanças, consciente de que é preciso mudar, reunindo a força ou buscando desenvolver a disciplina necessária para alterar seu status quo de forma significativa, e aproveitar uma segunda vida de propósito.

Creio que com persistência e dedicação, é possível transformar nossas vidas através de mudanças planejadas e bem pensadas sobre temas como carreira, hobbies, hábitos e relacionamentos.

Eu me enxergo nesse segundo grupo, e percebo duas características que são essenciais para promover esse tipo de mudança nas nossas vidas: disciplina e a habilidade de pensar profundamente sobre as coisas importantes.

A disciplina é essencial porque mudanças significativas são necessariamente difícieis. Realizar esse tipo de mudança consome uma quantidade de energia imensa; pode até ser um processo doloroso, e a menos que estejamos preparados para suportá-lo, a chance de levar as mudanças até o fim diminui drasticamente.

Outra habilidade importante para operar essas mudanças é ser capaz de pensar profundamente sobre as coisas importantes. Esse processo, também conhecido como deep thinking, ou pensamento profundo, é do que tratarei até o fim deste artigo.

Pensamento profundo

Pensar profundamente é difícil. Tente desafiar-se a pensar sobre um tema por uma hora inteira, sem pausas. Em princípio, é uma tarefa simples: é só escolher um tema interessante e se colocar a pensar. Tente você mesmo.

A maioria de nós não será capaz de cumprir essa tarefa. Em questão de minutos ou segundos nossos pensamentos terão tomado caminhos estranhos, e num piscar de olhos, estaremos pensando em outras coisas que não têm absolutamente nenhuma relação com o tema que nos propusemos a explorar pouco antes.

Nossa mente é inclinada naturalmente a esses devaneios, e o mundo super-conectado de hoje, com seus estímulos constantes, dificulta enormemente essa tarefa. Essa é uma dificuldade para qualquer trabalho que exija concentração prolongada, e o pensamento profundo não é diferente.

Stephen Guise, autor do livro Mini Hábitos, escreveu anos atrás um ótimo artigo chamado “Deep Thinking Can Change Your Life”, no qual, entre outras coisas, ele argumenta que para conseguirmos pensar profundamente sobre um tema, precisamos aprender a refocar. A cada 10 segundos, mais ou menos, precisamos refocar e retomar o fio de pensamento que seguimos até então. Em 10 minutos, teremos refocado 60 vezes!

Esta é uma habilidade que exige muito treino, mas que, se dominada com sucesso, pode trazer frutos preciosos e se tornar um elemento transformador da nossa vida.

O pensamento profundo pode ser usado para explorar virtualmente qualquer tema. Sobre carreira, podemos pensar sobre o que nos agrada ou desagrada no nosso trabalho atual, sobre o que desejamos alcançar, sobre os prós e contras de alcançar esse ou aquele cargo, sobre como ser um profissional melhor, sobre os impactos de mudar de profissão em dois anos, e tudo o que isso implica, ou se não seria melhor largar tudo e abrir um restaurante. Pensar profundamente sobre um tema pode ser extremamente revelador, mas a maioria de nós não o faz com a frequência merecida.

Esse é um dos motivos pelos quais muita gente atura um emprego medíocre por tempo demais, e ao invés de pensar profundamente sobre o futuro que deseja construir (o que exige energia), deixa a situação se agravar mais e mais, até o ponto em que a única opção é uma mudança radical. O problema é que quando esse momento chega, e o indivíduo reúne a energia necessária para finalmente sair da inércia, ele está despreparado para agarrar as oportunidades. Nunca parou para pensar profundamente sobre o futuro que deseja. E sem uma visão clara de onde se quer chegar, qualquer caminho serve. Com poucas exceções, o resultado é que ele acaba em outro emprego medíocre e decepcionante.

A habilidade de pensar profundamente pode ajudar muito a mudar as coisas. Mas infelizmente, é uma habilidade muito difícil de ser dominada, e pode até mesmo ser inacessível para algumas pessoas. Existem até mesmo condições mentais mais extremas, como pensamento excessivo e o vício em pensamentos, que tornam muito difícil a tarefa de seguir uma única linha de pensamento.

Por fim, existem ainda os fatores ambientais. Pensar profundamente normalmente exige um ambiente livre de distrações, e nem todo mundo dispõe de um ambiente assim a todo momento.

Há alguns anos, aprendi que havia uma alternativa que funcionava muito melhor para mim.

Papel e caneta

O valor do papel e da caneta como ferramenta de aprendizado e de auxílio ao pensamento aprofundado foi, para mim, um processo de descobrimento que veio aos poucos.

Minha jornada com o papel

Por anos, usei papel e caneta apenas para fazer pequenas listas de tarefas do dia. Essas listas poderiam ser do trabalho, ou pessoais, mas não passavam disso. E esse era um uso muito pobre do papel. Para tomar notas, eu usava o Evernote.

E ainda uso o Evernote, mas com um propósito bem específico: ele serve como repositório para armazenar ideias inexploradas.

Imagine o seguinte cenário: você está caminhando para o trabalho ou lavando a louça enquanto ouve um interessante episódio de podcast, ou vê algo inusitado, e uma fagulha de criatividade acontece, você tem uma ideia. Talvez seja uma ideia de aplicativo, de produto, uma oportunidade de negócio, uma história, ou um tema para o seu blog. Independente do motivo, você tem poucos segundos para guardá-la, ou então ela pode ir embora. Você pode se enganar de que vai lembrar dela depois, porque é genial, mas só quem já esqueceu de uma ideia sabe o quanto dói quando você a perde.

A exploração dessas ideias pode ser feita mais tarde, com a calma e atenção necessárias.

Por influência do meu amigo Alexandre Mendonça Álvaro, adquiri o hábito de planejar meus dias de trabalho usando uma técnica que ele chama de Mind Defrag. Isso foi por volta de 2016. Com o passar dos anos, acabei desenvolvendo outras formas de planejar minhas atividades que funcionavam melhor para mim.

Menos de um ano antes, eu havia começado a estudar escrita criativa e a escrever ficção no meu tempo livre, e já havia descoberto que papel e caneta eram uma ferramenta muito boa para planejar as estórias, esboçar os personagens.

Com esses dois processos, o caderno passou a fazer cada vez mais parte da minha rotina. Hoje, tenho sempre um caderno comigo, seja na mesa ao lado do teclado, ou na mochila.

A primeira vantagem óbvia de um caderno, é que ele nos ajuda a ficar longe das distrações que, no computador ou smartphone, ameaçam constantemente sequestrar o nosso foco. No caderno, não há notificações, relógio ou ícones de jogos. Apenas páginas em branco, esperando para serem preenchidas.

Por volta de 2017, eu já resumia conteúdos importantes no caderno. Essas anotações podem assumir várias formas, mas costumam ser uma mistura de transcrição textual com diagramas. Basicamente, textos resumidos ao assencial com um monte de flechinhas indicando suas correlações. Faço isso para aprender melhor assuntos que considero importantes, a partir de cursos, livros, episódios de podcast e vídeos de YouTube.

Esse processo ajuda a digerir o conteúdo e incorporar as partes importantes na memória de longo prazo através de um processo chamado elaborative rehearsal, que é considerada a melhor forma de memorização, pois associa novas memórias a conceitos e memórias pre-existentes.

Em certo momento, decidi testar a escrita de um diário. A prática não durou muito tempo, pois consumia um tempo precioso dos meus dias (acredite, escrever um bom diário dá mais trabalho do que parece). Mas daí ficou outra lição: em tempos em que as coisas ficam confusas e em que fica difícil ver à frente e enxergar os próximos passos, colocar as coisas no papel ajuda, e muito.

Com o tempo, fui desenvolvendo uma linguagem própria de representação de ideias no papel, a qual funciona muito bem para mim, e vou tentar apresentá-la nos parágrafos abaixo. Fui aos poucos adquirindo o hábito de levar ao papel reflexões importantes. Momentos pivotais demandam decisões de qualidade.

E para tomar uma decisão de qualidade, precisamos ser capazes de analisar seus resultados, de antever as consequências, boas e ruins, no curto, médio e longo prazos. Precisamos entender se estas consequências estão alinhadas com o que desejamos e almejamos para o nosso futuro.

Muitas vezes, quando estamos numa situação difícil, ou frente a uma grande decisão na vida, podemos ser tomados pela ansiedade, o que apenas piora ainda mais a situação, dificultando o pensamento claro e profundo sobre o assunto em questão. Nessas situações, conduzir no papel a exploração dessas questões através da prática do pensamento profundo nos permite refocar continuamente no tema em questão, explorar novas conexões, e fazê-lo por horas ou ao longo de dias, sem o risco de perder o fio da meada.

Enquanto essa linguagem que citei funciona muito bem para mim, pode ser que funcione de forma diferente para cada pessoa. Então se funcionar para você, ótimo, e se não funcionar, é bom também. Talvez você tenha que descobrir sua própria linguagem. Essa é uma jornada que cada um tem que percorrer.

Lista de materiais

Nesta seção, vou apresentar os materiais que costumo usar para apoiar esse processo de exploração de ideias e estudos no geral.

O tipo de caderno importa

Quando comecei a usar cadernos, eu usava um caderno grande, de 280x215mm, desses aqui. Esse caderno tinha três problemas para este tipo de exploração de ideias:

  1. Era grande demais
  2. As folhas eram pautadas
  3. Ele permitia reorganizar as páginas

Um caderno grande tem espaço demais para ser preenchido. Ele não nos força a ser criativos no uso do espaço disponível, e nos permite ser preguiçosos no resumo das nossas ideias. Além disso, um caderno grande ocupa espaço demais na mesa ou na mochila, o que pode acabar sendo um empecilho no dia a dia.

As folhas pautadas forçam uma estrutura rígida no quer que preenchamos nelas. Elas pressupõem que as frases serão sempre alinhadas; que as palavras terão sempre o mesmo tamanho; elas incentivam uniformidade.

Esses cadernos que citei no link acima, também permitem destacar as folhas e reorganizá-las como acharmos melhor. Mas para poder reorganizar qualquer coisa no futuro, temos que ser cuidadosos na forma de dispor o conteúdo. Se uma frase ficar inacabada ao final de folha, e continuar na seguinte, nenhuma das duas folhas poderá ser reorganizada. Para poder fazê-lo, seria necessário confinar aquele conteúdo a uma folha física específica, de modo que possa ser movida no futuro. Fazê-lo, significa restringir arbitrariamente um processo de pensamento que deveria fluir naturalmente.

Para o meu processo, o caderno ideal é um caderno com dimensões um tanto menor, com dimensões de 120x180mm, com folhas sem pauta.

Caderno menor, com dimensões de 120 por 180 milímetros

O tamanho reduzido nos força a ser específicos no que vamos escrever, a sintetizar o assunto em questão e focar no que realmente importa.

Uma folha menor, vazia, também é menos intimidadora e mais convidativa. Você pode fazer um experimento por conta própria pra constatar isso por si mesmo: basta pegar um post-it e uma folha A4 e colocá-los lado a lado. Agora preencha o post-it com algum tema que vier à mente. Agora, com o mesmo tema, preencha a folha A4. Ela será não apenas mais difícil de preencher, como o peso de começar é muito maior, embora ambos comecem do mesmo jeito. Com uma palavra.

A ausência de pautas, por sua vez, permite que brinquemos com a estrutura das nossas anotações. Podemos usar a forma e o tamanho do texto para conferir destaque. Podemos desenhar diagramas sem nos preocupar com a quantidade de linhas, com alinhamento, se as coisas estão tortas.

A ausência de pautas é libertadora, e as páginas são como uma tela, pronta para ser pintada.

Caderno com folhas sem pauta

Folhas sem pauta

Um caderno desses custa na faixa de 20 reais, mas vale muito a pena.

A importância de uma caneta realmente boa

Testei várias canetas nos últimos anos, mas a minha preferida continua sendo a Sakura Pigma Micron, uma caneta técnica de nanquim com algumas características importantes.

Amostra com diferentes canetas Sakura, com riscos em papel demonstrando a espessura de cada uma

Canetas Sakura Pigma Micron

Essas canetas têm a importante propriedade de não vazar para o outro lado da página, um problema comum em canetas mais baratas que dificulta a leitura.

Outra caraterística que vem a calhar, é que a tinta é resistente a água. No caso de um acidente com líquidos, o texto não vai manchar ou desbotar.

Em relação à espessura, gosto muito das canetas com espessura entre 0,4 e 0,5mm, pois são muito fáceis de ler.

A escolha pela cor preta para o texto base tem dois motivos. O primeiro, é que ele gera mais contraste com o papel do que a cor azul. Já o segundo motivo é que fica mais fácil de usar outras cores para contrastar pontos importantes, como veremos a seguir.

Canetas coloridas proporcionam dimensionalidade

No começo eu usava apenas uma caneta preta. E usava ela pra tudo, para escrever, destacar, fazer associações, desenhar e rabiscar. Parecia suficiente.

Eu subestimava o poder das cores para adicionar ainda outra camada de profundidade às reflexões depositadas no papel.

Quando ganhei um estojo de canetas hidrográficas coloridas (aliás, um dos melhores presentes que já ganhei), há cerca de um ano e meio, comecei a brincar com as cores. Trata-se da linha Stabilo Point 88 mini, de 0,4mm.

Estojo de canetas hidrográficos em forma de lâmpada, da marca Stabilo

A conclusão a que cheguei foi de que não são necessárias mais que duas ou três cores auxiliares. Para mim, são o vermelho e azul escuro. Em último caso, posso também usar o roxo, caso de as outras duas serem incapazes de destacar o suficiente algum conteúdo. No geral, vermelho e azul escuro são suficientes.

Uma caneta azul, uma vermelha, e outra preta

As canetas que costumo usar

Esses estojos de caneta costumam ser caros, mas também podemos comprar as canetas avulsas por algo em torno de 6 reais cada.

Linguagem e estratégias

O conteúdo que ganha espaço no caderno é extremamente variável. Em certos dias, será um resumo de um assunto que estou estudando, em outros, pode ser uma reflexão aprofundada sobre um tema importante, uma lista de tarefas ou objetivos, uma página de diário, um esboço de um novo conto. Enfim, qualquer coisa que a situação exija.

Com o tempo, todos esses tipos de texto foram tomando certas formas, e algumas maneiras de representar as conexões entre as ideias e ressaltar os pontos importantes se mostraram mais eficientes que outros. Abaixo, tentarei destilar um pouco dessas estratégias.

Duas páginas do meu caderno, preenchidas com um estudo sobre Arquitetura Gritante

Duas páginas de caderno, compreendendo alguns assuntos distintos

Relações entre ideias

Na imagem abaixo, busquei resumir a essência do conceito de Arquitetura Gritante. É um trecho compacto, que para mim, representa todo um capítulo do livro Arquitetura Limpa, do Robert C. Martin.

Duas páginas do meu caderno, preenchidas com um estudo sobre Arquitetura Gritante

Um exemplo típico de resumo para estudo

Como podemos ver ideias são relacionadas através de setas pretas. Quando uma ideia é uma consequência direta de outra, costumo usar uma seta vertical para identificar isso. Esta representação também pode ser usada para representar relações de causalidade ou sequências de ideais encadeadas.

Uma primeira ideia, e uma seta vertical apontando para uma segunda ideia

A segunda ideia é consequência direta da primeira

Quando uma ideia é derivada de outra, ela acaba servindo como um complemento. Para representar essa relação, uso uma seta em noventa graus para destacar esse aspecto. Com isso, é possível listar uma sequência de ideias derivadas. Normalmente essas ideias só fazem sentido quando listadas após a ideia de origem.

Uma primeira ideia, e uma seta em noventa graus abaixo dela, apontando para a segunda ideia, derivada da primeira

A segunda ideia é derivada de primeira

Em alguns casos, pode fazer sentido representar múltiplas ideias que são consequências diretas de uma primeira. Nesses casos, se possível, podemos trabalhar com uma coluna por ideia, ou puxar setas curvas para um ponto mais abaixo na página.

Cores e dimensionalidade

No trecho abaixo, as cores azul e vermelho são usadas para destacar características positivas e negativas dos componentes de um software.

Flechas coloridas e comentários em azul e vermelho

Azul e vermelho usados para dar contraste

O quadro roxo está ali para destacar um algo relacionado e complementar, quase como um lembrete.

Já na imagem abaixo, podemos ver um trecho em que usei o azul para destacar consequências positivas de uma estratégia, e o vermelho para as negativas, além de representar ideias derivadas de aspecto positivo e negativo. Essa dicotomia é muito comum e representá-la adequadamente permite dar clareza às ideias colocadas no papel.

Vários termos que implicam consequências positivas estão sublinhados em azul, e os consequência negativa, em vermelho

Azul e vermelho usados para destacar aspectos positivos e negativos

Outro uso de cores é para destacar temas e subtemas:

Flechas coloridas e comentários em azul e vermelho

Azul e vermelho usados para destacar aspectos positivos e negativos

Ou fazer pequenas ilustrações complementares:

Um desenho de um globo terrestre em azul, com o brasil em verde, e uma flecha vermelha apontando para o Brasil

Cores para ilustrações complementares

Datas e encontrabilidade

A partir do momento em que o uso do caderno se torna um hábito, ele pode se tornar uma importante fonte de consulta. Por isso, é imporante investir esforços em tornar fácil encontrar temas explorados no passado.

Eu uso duas estratégias para isso:

  • Os títulos devem estar destacados em vermelho
  • As datas devem ser imediatamente visíveis.

Como cadernos sem pauta não vêm com aquele espaço dedicado para preencher com a data, ficamos um pouco mais livres para escolher a abordagem que melhor funcione para nós.

Quando o primeiro tema do dia é iniciado em uma página em branco, basta colocar a data num dos cantos superiores, ao lado do título:

Data escrita num canto superior da página, ao lado do título

Nova data, e uma nova página

Já quando uma nova data começa no meio de uma página, bolei uma marcador para chamar atenção à mudança de data, que fica imediatamente óbvia. Particularmente, uso esse padrão que lembra um pouco uma batida cardíaca num eletrocardiógrafo. A batida pode ser desenhada no canto esquerdo ou direito da página.

Divisor em forma de batimento cardíaco, para destacar a nova data

Divisor em forma de batimento cardíaco, para destacar a nova data

Por fim, há o caso de iniciarmos um novo tema dentro da mesma data. Neste caso, uso um marcador mais simples. Na sua ausência, o título seria um complemento do tema em questão.

Divisor simples, dois riscos com um 'x' centralizado

Divisor simples, para indicar troca de tema

Uma estratégia adicional que já usei no passado, é montar um índice nas últimas páginas do caderno, contendo título e data em cada entrada. Hoje em dia, acho mais importante dar um destaque adequado aos títulos e datas para que sejam encontráveis facilmente ao folhear o caderno.

Palavras finais

Espero sinceramente ter demonstrado nesse artigo como o uso intencional do caderno como ferramenta condutora de reflexões aprofundadas pode nos ajudar a tomar decisões melhores, a aprender mais e melhor, e a compreender as situações em que nos encontramos. Espero também que esse artigo seja útil para o leitor, se não como um guia, como inspiração, como um convite para testar essas abordagens à sua própria maneira, da forma que melhor lhe servir.

Outras opções para compartilhar:
comments powered by Disqus